quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tudo o que você não queria saber sobre alface e tomate

Quando contaminados por agrotóxicos, alface e tomate são vilões da saúde, foto: An& e Terry Davies

Na salada mais básica não costuma faltar a dupla alface e tomate. Além de saborosos, o primeiro é rico em ferro e fibras, enquanto o vermelhinho dá show de antioxidantes, contendo grande concentração de licopeno, vitaminas A e B, postássio, ácido fólico e cálcio. É nativo das américas, onde já era cultivado por incas, maias e astecas, mas dá pinta de italiano: é um dos ingredientes básicos da chamada dieta mediterrânea. Tudo estaria ótimo, não fossem afetados pelo mau uso de agrotóxicos.

De acordo com o último levantamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ficaram com as posições pouco honrosas de 8º e 9º lugar entre os dez alimentos com maior chance de conter agrotóxicos banidos ou em excesso. Dois agrotóxicos perigosos foram encontrados no tomate: o endossulfan e o metamidofós, este último também identificado nas amostras de alface. Essas substâncias estão relacionadas ao aparecimento de câncer, distúrbios hormonais e problemas no aparelho reprodutor e no desenvolvimento embriofetal. Por isso, elas já foram proibidas em vários países, o que levou a Anvisa a recomendar o seu banimento também no Brasil.

O Brasil é o principal destino de agrotóxicos proscritos no exterior. Segundo o cronograma do governo, as importações do endossulfan serão proibidas a partir de 31 de julho de 2011, mas o uso e a venda desse produto em território nacional só deve ser totalmente banida até julho de 2013. Já a proibição do metamidofós ainda está em avaliação.

O consumo de alimentos orgânicos é uma opção para evitar intoxicações por essas e outras substâncias. A única desvantagem é que eles são bem mais caros que os tradicionais. Em um supermercado da região oeste de São Paulo, um pé de alface convencional custa R$0,59 enquanto o orgânico sai por R$2,24 – 3,7 vezes mais caro. Para o tomate, os números são, respectivamente, R$1,89 e R$11,98 – ou uma diferença de 6,3 vezes. Entretanto, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), é preciso fazer cotação de preços, porque de acordo com um levantamento da organização os orgânicos são mais baratos em feiras do que em supermercados. A diferença, dependendo da região do país, pode chegar até 250%.

Quem não quiser gastar mais, deve tomar alguns cuidados. Uma dica é evitar comprar alimentos lisinhos e perfeitos, pois nem sempre o que é mais bonito é o mais saudável. Também não adianta deixá-los de molho em vinagre, limão ou bicarbonato de sódio. O ideal é diluir uma colher de sopa de água sanitária em um litro de água, deixá-los submersos por 5 minutos, enxaguando bem em seguida. Mas, antes de fazer isso, é preciso resfriar o fruto ou a verdura por duas horas pois, quando esses produtos se encontram na mesma temperatura da água, eles a absorvem, levando junto os agrotóxicos que se encontram em sua casca. (veja o vídeo abaixo).




Por Lúcia Nascimento, em 28.10.10 (O Eco)

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