Digestivo nº 451 >>> A década de 2000 continuaria assistindo à migração do melhor jornalismo para o formato livro. E um dos destaques mais marcantes, nesse sentido, seria a coleção Jornalismo Literário, da Companhia das Letras, que nos brindaria com clássicos como Hiroshima, Fama e Anonimato e O Segredo de Joe Gould (entre outros). Tom Wolfe, da mesma turma, continua em evidência na década, começando com Ficar ou não ficar. E até E.B. White ressurgiria, prevendo o 11 de Setembro... Entre os jornalistas brasileiros, marcariam a década os lançamentos de Joel Silveira (na mesma coleção da Companhia das Letras), Ruy Castro (com Carmen e muitos outros livros) e Elio Gaspari (com sua coleção sobre a ditadura militar). Na linha monstros sagrados, Ziraldo tentaria reviver o Pasquim (com OPasquim21), mas quem conseguiria o feito seriam Sérgio Augusto e Jaguar com as respectivas antologias pela editora Desiderata. Ivan Lessa apareceria mais em livro, até com Mario Sergio Conti. E Paulo Francis continuaria assombrando – no bom sentido – a década de 2000. Desde os 5 e 10 anos de sua morte até uma editora com o seu nome, até um perfil assinado por Daniel Piza (até um documentário, recentemente). Na ala das revistas, a Cult mudaria de mãos, a Trip mostraria longevidade e a Piauí chamaria a atenção (junto com a Serrote). Os jornais, depois de heróica resistência, confirmariam a previsão de Philip Meyer e começariam a morrer, solenemente, na década dos 2000 – como destaque para a Gazeta Mercantil, a Gazeta Esportiva, a Tribuna da Imprensa e a longa agonia do Jornal do Brasil... E, no mundo, alguns dos principais veículos prefeririam não ser mais chamados de “jornais”, como o Guardian; tendo a crise do formato se abatido até sobre o New York Times. Confirmariam o óbito, ainda, revistas como a Economist, a Time e a New Yorker... A internet e o jornalismo feito nela, em compensação, se desenvolveriam – tendo como uma de suas principais bíblias o livro We the Media, de Dan Gillmor (e, pasmem!, a Wikipedia). Para completar, o STF acabaria com a obrigatoriedade do diploma (para se exercer a profissão); e o mesmo Guardian convocaria blogueiros para trabalhar (sem exigir sequer experiência em jornalismo). Nos anos 2000, os jornalistas virariam commodity (como alguém previu)... E, na década de 2010, não será a blogosfera que vai ameaçar os grandes veículos, mas, sim, a “statusfera”... fonte: http://www.digestivocultural.com por Julio Daio Borges |
Notícias Democráticas sobre Comunicação, Jornalismo, Cultura, Literatura, Comportamento, Sociedade, Saúde, Meio Ambiente e o que mais for interessante para mim e para os meus leitores.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
O que aconteceu na Imprensa na década 2000-2009
Imprensa em 2000-2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário