Mas, não posso ficar indiferente à desgraça que ocorreu um pouco após as 12 badaladas do dia 31 de dezembro. Enquanto todos ainda estavam celebrando, um tragédia ocorria há poucos quilômetros do Rio de Janeiro. Muitos devem ter acompanhado as notícias nas primeiras (ou muitas depois) horas do dia primeiro de janeiro, e se arrepiaram ao ver aquele volume de terra despencando sobre moradias, hoteis e pousadas; não apenas na Ilha Grande, mas também na cidade de Angra dos Reis. Horas depois foi a vez de São Luis de Paraitinga, quando casas e construções ruiam, destruindo parte da bela e centenária cidade. Muita água, quer seja da chuva, quer seja da lágrima de muita gente derramou por suas perdas.
Assim, repasso essa entrevista do casal, donos da pousada soterrada na Ilha Grande, não como uma simples informação, mas para que estejamos orando por eles e também agradecendo ao Grande Pai por não termos sido afetados por essa grande tragédia. Orar simplesmente por todos aqueles que se foram e mais ainda para os que perderam entes queridos quando deveriam estar, como nós, ainda em clima de comemorações.
Amor para todos e agradecimento por estarmos aqui presentes.
Com amor,
Liz
Donos da Pousada Sankay dizem viver 'pesadelo'
Yumi, única filha de Sônia e Geraldo Faraci, foi uma das vítimas dos deslizamentos que atingiram Ilha Grande
A mãe de Yumi, Sônia Imanishi Faraci, disse que vive à base de remédios para suportar a perda da filha. "Ela foi uma menina prodígio. Nunca tive problemas com ela. Comemorava a vida. Ela tinha muitos planos." Sônia disse que ela própria alfabetizou Yumi. "É um privilégio para uma mãe poder criar a filha ao lado", afirmou ao contar sobre a mudança de Belo Horizonte para Angra dos Reis, quando a filha tinha apenas 4 anos.
Sônia contou que há muito tempo disse à filha e ao marido, Geraldo Faraci, que queria ser cremada quando morresse e suas cinzas fossem jogadas ao mar. Na ocasião, pediu à Yumi que tocasse a música 'Tears In Heaven', de Eric Clapton. "Eu achava a música bonita", explicou a mãe. A mãe conta que quando escolheu a canção não pensava no significado dos versos, que perguntam: "Você saberia meu nome, se eu o visse no Paraíso?". A canção foi escrita pelo cantor, em 1992, após a morte do filho, ainda criança.
O pai da jovem disse que depois que escutaram o estrondo, estava tudo muito escuro e alguém gritou que havia gente na parte debaixo da pousada. "A Yumi estava em baixo de tudo. Tive de tirar primeiro quem estava com vida", lembrou o pai, Geraldo.
No final da entrevista, Geraldo leu um papel que chamou de "coisas da Yumi", pois sintetizaria o que a filha dizia no dia-a-dia: "Quando sentirem saudades de mim, respirem, pois estou presente no ar. Quando sentirem saudades de mim, mergulhem, pois estou presente na água." Depois, ele mandou uma mensagem para os amigos da filha. "Quem quiser lembrar da Yumi não precisa ir ao caratê, nem ao shopping que ela tanto gostava , nem à escola de arquitetura. Quem quiser lembrar da Yumi, bote a mão no coração, que ela está no coração de cada um."
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