Vestido de natureza
Suzanna Lee, designer, produz tecidos com uma cultura de bactérias de celulose colocadas em uma forma feita a partir de chá verde. O resultado pode ser usado em uma variedade de produtos, que vão de vestidos a sapatos. Seus pigmentos favoritos e mais funcionais são cerejas, curry, blueberries e beterraba. Ela explica:
O processo usa uma receita baseada em um xarope de chá verde, na qual é adicionado a cultura de bactérias. Leva de duas a quatro semanas para desenvolver uma peça de tecido suficientemente espessa para ser usada. Então, essas peças são secas e modeladas sobre um manequim de madeira (…) ou, de maneira convencional, costuradas. Dependendo da receita usada na cultura de bactérias, ao toque, podem parecer papel ou – mais desejável - couro vegetal.
Nos testes de pigmentação, descobrimos que não é preciso usar ácidos (próprios para tingir tecidos) e que uma quantidade fantasticamente pequena de pigmento vai longe, fazendo com que as eco-credenciais do processo estejam presentes ao longo de todas as suas etapas. Também reciclamos parte do líquido de fermentação.
Além de ser uma das mais antigas criações do homem, tecidos compõem uma classe de produtos onde as matérias-primas são mais aparentes. “Quero aquela camisa de algodão, lã ou seda”, pedimos. Mas não pensamos em petróleo quando olhamos para um pedaço de plástico.
A técnica de Suzanna une o instinto ancestral de transformar a natureza em roupa com uma engenhosa tecnologia. Além disso, dependendo do modelo, desperta sensações que vão do nojo a abrir o apetite. Será que podem ser degustadas quando cansarmos de usá-las? :- )
Para ver muitas fotos do processo e dos modelos confeccionados, não deixe de ir ao site da Bio-couture.
(Eduardo Pegurier)
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