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A revista norte-americana Editor & Publisher, em circulação há 124 anos, deixará de existir, tanto na versão impressa como na online, a partir de janeiro de 2010 em conseqüência de queda de receitas publicitárias, um fenômeno que já causou a morte de mais de 200 publicações nos Estados Unidos, desde 2007. E&P foi a bíblia jornalística de várias gerações de profissionais no mundo inteiro porque foi a primeira publicação dedicada exclusivamente à produção de jornais e revistas impressas, tanto pelo lado das redações como do lado corporativo e industrial. Sua saída do mercado mostra que a crise do modelo de negócios baseado em receitas de anúncios publicitários não funciona mais nem nas publicações especializadas voltadas a um leitor específico. A empresa Nielsen, que controlava a Editor & Publisher decidiu desfazer-se de todas as suas revistas, em sua maioria voltadas para públicos segmentados nas áreas de jornalismo, publicidade, relações públicas e produção fotográfica. Todas encontraram comprador menos a E&P, mostrando que o jornalismo definitivamente deixou de ser atrativo para os investidores financeiros. Em Wall Street, empresas jornalísticas são agora consideradas “micos” entre as corretoras da bolsa pois muitos bancos acabaram assumindo títulos podres de jornais, revistas, emissoras de rádio e até de TV, que foram obrigados a jogar a toalha no ringue financeiro por causa da migração massiva da publicidade e do público em direção à Web. O desaparecimento de uma revista com uma história tão longa e uma enorme experiência acumulada torna meridianamente claro que as empresas jornalísticas já não podem esperar nenhum tipo de apoio de grupos financeiros. O capital de credibilidade e o título já não valem mais nada e o único que pode ser vendido são os bens imobiliários. Mais do que nunca, o futuro da imprensa depende agora do leitor que passou a ser o principal interessado na manutenção dos jornais, revistas, sites na Web, emissoras de rádio e até de TV que o mantém informado e capacitado a sobreviver ao caos noticioso gerado pela internet. Pode parecer um exagero ou até um delírio meu, mas o fato é que os principais pensadores da era digital, como o holandês Mark Deuze[1] já não têm mais dúvidas em afirmar que estamos passando de uma era baseada na produção para outra ancorada no consumo. O novo conceito de cidadania não se expressa mais nos direitos dos indivíduos dentro do sistema de produção de bens e serviços, mas na nova realidade do cidadão monitor, que é obrigado a escolher para poder sobreviver no mar de ofertas criado pela automação, digitalização e globalização econômica. Antes a escolha era algo individual porque a oferta de bens era escassa. Hoje, as decisões têm que ser tomadas com base em coletivos porque o individuo não pode mais saber de tudo. Vejamos um exemplo simples: antes escolher um telefone era meramente uma questão de preço e gosto. Hoje, só de aparelhos celulares há mais de 400 modelos no mercado. O consumidor só pode tomar uma decisão baseando-se nas opiniões e conselhos de outros consumidores, porque sozinho ele é incapaz de obter todas as informações necessárias, salvo se dedicar tempo integral à atividade, o que é inviável. Este mesmo processo está acontecendo no âmbito da imprensa. Temos hoje uma super-oferta de informação e não dá mais para esperar que apenas um jornal ou revista nos dêem tudo o que precisamos. E o público também já está se dando conta de que depende cada vez mais da diversidade informativa para encontrar o que precisa ou deseja. fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br [1] Detalhes no capítulo Future of Citizen Journalism, do livro Citizen Journalism, Global Perspectives – Peter Lang Editors, New York, 2009 |
Notícias Democráticas sobre Comunicação, Jornalismo, Cultura, Literatura, Comportamento, Sociedade, Saúde, Meio Ambiente e o que mais for interessante para mim e para os meus leitores.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Crise na Imprensa
Editais para produção de conteúdo audiovisual
O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) abrem inscrição de três editais voltados à produção de conteúdo audiovisual. São eles: Brasília 50 anos, Curta Criança, e Longa DOC. As inscrições vão até 25 de janeiro de 2010.
Brasília 50 anos - o edital vai apoiar com R$ 400 mil a produção de um documentário inédito sobre o tema: Brasília 50 Anos - da Construção à inauguração, com 52 minutos de duração. As inscrições vão até 25 de janeiro de 2010. Os projetos deverão ser inscritos por empresa brasileira de produção independente. Será permitida a inscrição de apenas um projeto por
empresa produtora.
Confira o edital<http://www.cultura.gov.
, requerimento<http://www.
, currículo diretor<http://www.cultura.
, portifólio<http://www.cultura.
, orçamento<http://www.cultura.
, conta<http://www.cultura.gov.
, termo de compromisso<http://www.
Curta Criança - o edital vai apoiar com R$ 70 mil a produção de 13 obras audiovisuais inéditas, de curta metragem, dos gêneros ficção ou documentário em ação direta ou animação, com temática voltada à infância, com duração de 12 minutos. As inscrições estão abertas até 25 de janeiro de 2010. A temática utilizada para o desenvolvimento das obras deve ser dirigida ao
público infantil, com faixa etária de quatro a oito anos.
Confira o edital<http://www.cultura.gov.
, requerimento<http://www.
, currículo<http://www.cultura.
, termo de compromisso<http://www.
, orçamento<http://www.cultura.
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Longa DOC - o edital vai apoiar com R$ 600 mil cinco obras inéditas de longa-metragem, do gênero documentário, que serão exibidas em salas de cinema digital e teledifusão pela EBC/TV Brasil, canal internacional da EBC, Internet e emissoras associadas da Rede Pública de Televisão. O período de inscrição também é até 25 de janeiro.
Confira o edital<http://www.cultura.gov.
, anexo I<http://www.cultura.gov.br/
, termo de adesão<http://www.cultura.gov.
, requerimento<http://www.
, contrato de produção<http://www.cultura.
, contrato de distribuição<http://www.
Fonte: MinC <http://www.cultura.gov.br/
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Os telhados verdes estão na moda!
O charme dos telhados verdes
As coberturas vegetais servem para amenizar os efeitos do aquecimento global, além de brindarem a paisagem das cidades com a beleza e o frescor da natureza
Por Joana Gontijo
O crescimento da densidade demográfica na grandes cidades fez aumentar, ao longo do tempo, a utilização do concreto na arquitetura, que contribuiu em parte significativa para o aquecimento global. Mesmo em espaços pequenos, uma alternativa conhecida desde os nossos ancestrais começa a aparecer nos centros urbanos como meio de ajudar na melhoria do clima e na preservação do meio ambiente: as coberturas vegetais. Os telhados ainda são partes das edificações muito pouco exploradas num projeto arquitetônico. Além de sua função básica de proteção, eles também podem ser aproveitados como superfície de captação das águas pluviais, mas agora são usados para se plantar gramíneas e/ou outras plantas de pequeno porte.
Os ecotelhados ou tetos verdes, assim como as paredes verdes, começam a se espalhar pelo mundo como soluções que utilizam jardins e gramados em substituição às tradicionais coberturas de telhas, laje, folhas de aço, dentre outras, que geralmente cobrem as edificações. Ainda que em experiências esparsas, os impactos conceituais já saltam aos olhos.
Na Europa, por exemplo, alguns países como Alemanha e Suíça adotaram leis para garantir que ao menos uma parte dos telhados das novas edificações sejam plantados. Outros exemplos também aparecem no Japão, no México, na Bolívia, em Cuba, nos EUA, e começam a chegar no Brasil, para citar apenas alguns locais. Isto porque, em cidades muito adensadas, os tetos verdes acabam por cumprir a função que antes tinham as superfícies hoje pavimentadas, absorvendo parte das águas das chuvas (um teto verde absorve aproximadamente 70% da água captada, liberando-a aos poucos), evitando enchentes pela saturação das galerias de águas, melhorando a qualidade do ar, reduzindo os níveis de CO2 e de poeira do ar, liberando vapores de água e contribuindo para a redução dos efeitos de ilhas de calor.
O isolamento térmico propiciado pelas camadas vegetais permite um ambiente interno mais agradável e diminui a reflexão e absorção de calor nas coberturas, baixando assim a temperatura emanada do espaço. As coberturas verdes funcionam bem tanto em clima quentes como em climas frios, pois a camada vegetal, além de absorver a radiação, atua como uma manta térmica.
Outras vantagens dos tetos verdes são o isolamento acústico, a resistência ao fogo e sua longevidade: eles dificilmente necessitam de manutenção e reparos. Coberturas desse tipo também criam lindos efeitos estéticos e podem contribuir para integrar as edificações com a paisagem em áreas menos exploradas.
Para se fazer um teto verde há algumas especificidades técnicas que devem ser observadas: a estrutura do telhado (deve se levar em conta o peso do conjunto saturado pela água), a inclinação, a membrana de impermeabilização e anti-raíz, o sistema de drenagem, a espessura e o tipo de substrato, assim como as espécies a serem plantadas.
A escolha das espécies em jardins deste tipo deve ser criteriosa: além da preocupação básica em utilizar plantas que tenham raízes não agressivas, as condições de vida são extremamente específicas no que diz respeito à profundidade de solo, umidade, exposição ao sol, ventos, etc. Um bom planejamento, a utilização de novos materiais e tecnologias, o ajuste fino entre os projetistas são condições essenciais para o sucesso destes jardins, que serão cada vez mais freqüentes em nossas cidades.
Fonte: Bendia - Jornal dos Amigos Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. / O Estado de Minas .
Livro da Semana - O papel do jornal e a profissão de jornalista
O papel do jornal e a profissão de jornalista
Alberto Dines
Editora: Summus Editorial
Publicação: 2009
Resenha:O livro lançado há 35 anos ganha nova versão, atualizada, ampliada e revisada, mas não deixa de destacar os preceitos da primeira edição: a ética e o interesse público no exercício da profissão de jornalista. A obra faz parte da coleção ‘Novas buscas em Comunicação’.
Alberto Dines é um dos mais respeitados jornalistas do Brasil. Em 50 anos de carreira, foi editor do ‘Jornal do Brasil’ e diretor da sucursal do jornal ‘Folha de S. Paulo’, no Rio de Janeiro. Trabalhou para o Grupo Abril em Portugal e mais recentemente fundou o site ‘Observatório da Imprensa’, que hoje conta com edições no rádio e na TV.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
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Os cartazes que o Greenpeace instalou no aeroporto de Copenhague (Dinamarca), onde acontece a conferência climática global, com faces envelhecidas de presidentes pedindo escusas por não terem agido contra o aquecimento do planeta, inspirou ambientalistas no Mato Grosso do Sul. No estado, o alvo é o governador André Puccinelli (PMDB). Como mostrou O Eco (veja abaixo), seu governo tenta aprovar um "zoneamento ecológico-econômico" abrindo portas do Pantanal e da Bacia do Alto rio Paraguai a plantios e usinas de cana de açúcar. O manifesto é distribuído por e-mails e veiculado em páginas e blogs na Internet. Mas Puccinelli parece inabalável. Conforme noticiou o Campo Grande News, empolgado com a ampliação do aeroporto de Campo Grande, o governador "deu um cutucão em gente que anda tirando seu sono". “Daqui a 5 ou 10 anos, Mato Grosso do Sul vai virar uma potência, que se cuidem os índios, quilombolas e o MST”. Fonte: www.oeco.com.br |
Confecom termina com avanços para a Comunicação no Brasil
Terminou nesta quinta-feira, dia 17, a I Conferência Nacional de Comunicação, da qual participaram 1,6 mil delegados representando o Poder Publico, os movimentos sociais e o empresariado do setor. A Conferência aprovou mais de 700 propostas que, em seu conjunto, representam avanços para a regulação das comunicações brasileiras, entre elas algumas apresentadas pela delegação da EBC.
Na avaliação de todos os segmentos, a conferência foi vitoriosa pela sua própria realização. Nos três primeiros dias, os delegados dividiram-se em 15 Grupos de Trabalho, nos quais foram aprovadas terminativamente – obtendo 80% dos votos ou mais – quase 700 propostas consensuais.
A Confecom não é uma instituição legislativa, servindo suas conclusões para orientar os poderes Executivo e Legislativo na adoção de medidas para torna-las realidade. Agora, esta será a etapa subseqüente. As propostas aprovadas na Confecom integrarão o Caderno de Propostas que será encaminhado a diferentes instâncias do Poder Executivo e ao Congresso Nacional.
Do total de mais de 1,4 mil propostas, 601 foram aprovadas nos GTs, sendo que 532 por consenso e 69 delas obteve 80% de aprovação entre os integrantes dos grupos.
As 129 propostas que não obtiveram índice de aprovação nos GTs foram encaminhadas para a plenária. Algumas foram rejeitadas. Para o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, a conferência foi um sucesso. Durante entrevista à NBR, ele disse que a Confecom construiu convergências a partir de pontos de vistas diferentes e colocou, de forma definitiva, a questão da Comunicação Social na agenda do País.
_ O atual marco regulatório do setor é velho, tem mais de 50 anos”, afirmou Franklin Martins para quem a realização da Confecom mostrou a todos que o país quer e vai discutir a comunicação no Brasil.
Entre as propostas da EBC que foram aprovadas destacam-se a que intituir o projeto Operador de Rede Digital Pública e a que prevê a distribuição eqüitativa, entre os setores estatal, privado e público, dos canais digitais a serem consignados. Uma outra prevê a definição formal dos conceitos de “estatal, publico e privado” que aparecem no artigo 223 da Constituição Federal, prevendo o equilíbrio entre os três na distribuição de canais de radiodifusão.
Para o setor privado, o grande avanço foi a garantia da livre iniciativa com concorrência, evitando os males do monopólio e da concentração. Os movimentos sociais garantiram emendas importantes, como a destinação dos recursos do Fust para a universalização de serviços como telefonia e acesso à Internet, a regulamentação da rede digital da Cidadania, a redução da participação do capital estrangeiro nos meios de comunicação, de 30% para 10%, garantias da exibição de conteúdos que tratam de minorias e segmentos que expressem a diversidade social, cultural e étnica, a volta da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão e a regulamentação do Conselho Nacional de Comunicação Social.
fonte: http://www.tvbrasil.org.br
Chanuká - A festa das luzes em Copacabana
Feliz Chanuká! Happy Chanukah! Happy Hanukkah A festa das Luzes Copacabana Posto 4 Rio de Janeiro
Nesta festa comemora-se a vitória militar dos Macabeus sobre o domínio Grego e ao mesmo tempo expressa uma reivindicação espiritual, pois apesar da inferioridade das condições dos Judeus frente ao inimigo poderoso, conseguiram derrotá-los com heroísmo.
No candelábro montado a cada dia será acesa uma lâmpada (vela) até que se completem às 8 fazem parte do ritual. Uma menorá de Chanuká tem oito braços
A festa acontece simultaneamente em várias cidades do mundo como Paris, Veneza, Londres e Moscou. Este ano a celebração veio com o tema:
“Que as luzes da chanukah iluminem os caminhos da paz, da solidariedade e da tolerância.”
www.chanuka2009.com/
Hanerot halálu ánu madlikin al hateshuot, veal hanissim, veal haniflaot, sheassíta laavotênu, bayamim hahêm, bizman hazê, al yedê cohanêcha hakedoshim. Vechol shemonat yemê Chanuká, hanerot halálu côdesh hem, veen lánu reshut lehishtamesh bahen, êla lir'otan bilvad, kedê lehodot ul'halel leshimechá hagadol, al nissêcha, veal nifleotêcha, veal yeshuotêcha.
Nós acendemos estas luzes em virtude das redenções, milagres e feitos maravilhosos que realizaste para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época, por intermédio de Teus sagrados sacerdotes. Durante todos os oito dias de Chanuká, estas luzes são sagradas, e não nos é permitido fazer qualquer uso delas, apenas mirá-las, a fim de que possamos agradecer e louvar Teu grande nome, por Teus milagres, Teus feitos maravilhosos e Tuas salvações.
chanuquiá mezuzá kislev
fonte: http://www.flickr.com/photos/selusava/4183619246/
Dados do IBGE mostram quantos brasileiros navegam pela web
Apenas um terço dos brasileiros navega pela web, informa IBGE
Marcos Moura
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na sexta-feira, 11 de dezembro, amplo estudo sobre o comportamento dos brasileiros, com destaque sobretudo para sua relação com internet e celulares. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) teve como tema ‘Acesso à internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal’ e estudou os três últimos meses de 2008, comparando o resultado com a amostragem conseguida em 2005.
O dado mais relevante aponta que apenas um terço dos brasileiros com mais de dez anos de idade navega pela internet. Apesar do número de internautas ter saltado de 20,9% em 2005 para 34,8% em 2008, um acréscimo de 75,3%, o contingente de internautas equivale a somente 34,8% da população, 56 milhões de indivíduos em um universo de 160 milhões.
O maior número de conexões foi feita para comunicação entre as pessoas (83,2%), seguido por atividades de lazer (68,6%) e educação e aprendizado (65,9%). Três anos antes, a ordem era diferente: educação e aprendizado (71,7%), comunicação com outras pessoas (68,6%) e atividades de lazer (54,3%).
Entre os 104,7 milhões de excluídos digitais, três principais motivos são apontados para a falta de conexão: não achavam necessário ou não queriam (32,8%); não sabiam utilizar a internet (31,6%), e não tinham acesso a computadores (30%). A ordem dos motivos também foi diferente com relação ao estudo anterior, quando ‘não tinham acesso a computadores’ ficou com 37,2%, seguido por ‘não achavam necessário ou não queriam’, com 20,9%, e ‘não sabiam utilizar a internet’, com 20,6%.
A Região Sudeste concentra o maior número de usuários (40,3%), e o Distrito Federal, surpreendentemente, é o local com o mais alto percentual de conectados (56,1%), deixando São Paulo em segundo lugar (43,9%).
Outro dado relevante diz respeito ao sucesso comprovado das lan houses, que passaram a ser o segundo local de acesso (35,2%), superando os ambientes de trabalho (31%). Em 2005, as posições eram invertidas, e os resultados, de 39,7% e 21,9%, respectivamente. Em ambas as pesquisas, os domicílios lideram com folga: de 49,9% para 57,1%.
As lan houses já lideram as estatísticas nas Regiões Norte e Nordeste, com 56,3% e 52,9% dos acessos, respectivamente, contra 40% e 34,1% dos acessos domiciliares.
Metade dos brasileiros tem telefone celular para uso pessoal
Enquanto um terço da população está conectada à internet, um pouco mais da metade usa telefones celulares para uso pessoal. Segundo os números do IBGE, 53,8% dos brasileiros tinham aparelhos móveis no fim de 2008. A marca em 2005 era de 36,6%.
A região do País que possui o maior número de usuários é a Centro-Oeste (64,3%), e mais uma vez o Distrito Federal é a localidade que mais se destaca, com 75,6% dos moradores falando ao celular. Unidade da Federação mais populosa, São Paulo aparece apenas em oitavo lugar, com 59,2%.
fonte: Nós da ComunicaçãoFenômenos climáticos podem expandir doenças em áreas onde não existiam antes.
Condições propícias
Por Washington Castilhos
Estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague, indica que os anos de 2000 a 2009 correspondem à década mais quente na história, derrubando a tese de que o aquecimento global estaria estacionado a partir de 1998 – ano tido como o mais quente já registrado.
Os dados também indicam que 2009 possivelmente será um dos anos de maior calor, com temperatura 0,44º C superior à média mundial. O Sul do Brasil, por exemplo, registrou um dos outonos mais quentes de sua história e um dos efeitos mais extremos das mudanças climáticas na região têm sido as constantes tempestades – Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm sofrido com tornados e temporais. O clima quente e úmido torna a área um cenário perfeito para o deslocamento de vetores de doenças, como o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Invernos mais quentes favorecem a reprodução de insetos transmissores de doenças como a dengue, a malária e a leishmaniose. No caso da primeira, há a possibilidade da expansão da doença para áreas onde ela não existe.
“No Brasil o Aedes aegypti pode se expandir para o Sul e se tornar endêmico, aumentando a transmissão e a incidência da doença no país”, alerta o médico Ulisses Confalonieri, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e colaborador do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que em 2007 ganhou o Prêmio Nobel da Paz.
“O mosquito da dengue está presente em todo o Brasil, mas no extremo Sul existe em baixa população por causa do inverno mais rigoroso na região. Mas, à medida que a área fica menos fria, a incidência pode aumentar”, disse à Agência FAPESP.
Segundo ele, o mosquito só não é endêmico em Estados como o Rio Grande do Sul por ter baixa população, embora não seja somente o clima que controle a existência do vetor. “Além do clima, há uma série de fatores, como as ações humanas de controle de vetores, a forma como a urbanização é feita e como os resíduos sólidos são descartados, e também a capacidade do ambiente em formar criadouros”, explicou.
Confalonieri lembra que a incidência da dengue está mais condicionada pela temperatura e umidade adequada. “É necessário que chova para fazer umidade”, observou. O problema é que as altas temperaturas e as frequentes chuvas formam condições propícias para o mosquito se multiplicar na região, caso não haja intervenções de controle do vetor e a população não contribua para evitar a formação de criadouros.
“Existe um medo do aparecimento de doenças exóticas, as pessoas acham que o clima vai criar doenças novas. Mas o clima pode é piorar as condições de doenças que já existem e não são controladas”, alertou o pesquisador.
Em 2007, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentou as primeiras projeções climáticas detalhadas para o Brasil até o ano de 2100, utilizando cenários projetados pelo IPCC, por considerá-los os mais adequados à realidade brasileira.
Segundo tais previsões, a região Sul será de 2º C a 4º C mais quente, de 5% a 10% mais chuvosa e apresentará extremos de chuva, enchentes e temperaturas mais intensos, com impactos na agricultura e na saúde da população. Já a região Sudeste ficará de 3º C a 8º C mais quente.
Para Confalonieri, as chuvas que têm assolado o Sul do país podem estar ocorrendo em função dessa mudança no quadro regional do clima, e o que o setor da saúde precisa fazer é um mapeamento das vulnerabilidades.
“A mudança do clima é uma realidade, e os efeitos estão acontecendo de forma comprovada em algumas partes do mundo. Então, temos que saber que regiões do nosso país são mais vulneráveis. Não vulneráveis apenas porque têm ou não o mosquito da dengue ou da malária, mas também por causa da renda baixa e do pouco acesso à educação e à informação, pois fatores sociais, econômicos e culturais tornam vulneráveis uma região e sua população”, destacou.
Impactos diferentes
O pesquisador da Fiocruz atualmente coordena um projeto que pretende traçar índices de vulnerabilidade, fatores socioeconômicos e ambientais de cada município brasileiro.
“Estamos mapeando o que pode ser perdido ou impactado. Os municípios que têm maior diversidade biológica são mais vulneráveis e também aqueles em que historicamente ocorreram eventos extremos de chuva, com perdas de bens materiais”, disse
Segundo Confalonieri, as grandes cidades são impactadas de forma diferente dentro de seus próprios limites geográficos. “Em cidades como Rio de Janeiro e Salvador, por exemplo, as favelas não param de crescer. O grau de vulnerabilidade social e ambiental está aumentando. Temos que estudar o fenômeno climático e o substrato social e cultural. Com a mudança do clima o que vai acontecer com a dengue e com a leptospirose?”, questionou.
No Rio de Janeiro, o projeto já começou e o estudo deverá estar concluído em seis meses. A ideia é fazer o mesmo com cada cidade da Amazônia. “Todo município da Amazônia vai criar um indicador de vulnerabilidade. Devemos lembrar que o aquecimento global é um fenômeno que tem efeitos locais e o efeito principal não é somente o aumento da temperatura”, disse.
Fonte: Agência FAPESP.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Você é feliz no trabalho?
Você é feliz no trabalho? Quantas vezes você já ouviu esta pergunta? É duro respondê-la, né? Quase sempre a resposta é longa e pouca assertiva. As pessoas dão a maior volta para responder.
O jornal O Globo, na edição de 15 de Novembro, no caderno Boa Chance, publicou uma excelente entrevista com Alain de Botton, autor de um livro recentemente publicado chamado "Os prazeres e desprazeres do trabalho". Gostei muito do conteúdo da entrevista pois trouxe "insights" bacanas sobre um tema que sempre é polêmico: a tal felicidade no trabalho.
Eu não tenho opinião sobre essa discussão, mas selecionei algumas partes interessantes da entrevista que deixa a gente encucado. Enfim, se tiver interesse, leia, pois vale a pena. Só não sei se você vai chegar a alguma conclusão. Cito apenas uma frase que vivo repetindo baixinho pra mim, pois as vezes eu esqueço: "Eu não vivo para trabalhar. Eu trabalho para viver".
Eis alguns fragmentos da entrevista de Alain de Botton para O Globo:
"Temos grandes expectativas de que precisamos ser felizes trabalhando e que o trabalho deve estar no centro de nossas vidas e aspirações. A primeira pergunta que fazemos para novos conhecidos não é de onde eles vêm, mas sim o que eles fazem - como se isso fosse revelar a essência de sua identidade".
"... por milhares de anos o trabalho foi visto como uma espécie de mal necessário e nada mais. Aristóteles, por exemplo, já dizia que ninguém poderia ser livre, diante da obrigação de garantir seu próprio sustento. Ter um emprego era como ser escravo".
"Na era pré-moderna, argumentava-se que ninguém poderia estar apaixonado e casado: casar, era algo feito por razões comerciais, para garantir os negócios da família ou a continuidade de uma dinastia. Amizade entre o casal já era bom. Amor era para se ter com o amante, em paralelo - prazer separado das responsabilidades de criar filhos".
"Mas os novos filósofos do amor disseram que deveríamos casar com quem amássemos em vez de só ter um caso. À ideia incomum surgiu a noção peculiar de que alguém poderia trabalhar tanto por dinheiro quanto para realizar sonhos, algo que substituiu o pensamento de que o trabalho servia apenas para pagar as contas e que as ambições só deveriam ser alimentadas no tempo livre. Somos herdeiros da crença de que podemos ter um emprego e nos divertir nele".
"A grande promessa do mundo moderno era que trabalharíamos menos no futuro. O oposto parece ter acontecido. A vida parece tão competitiva agora que nos tempos de grande pobreza. Eis o paradoxo da modernidade: para onde foi a liberdade, o dinheiro e o tempo de olhar para o céu? Por que é tão difícil ter o tempo livre que nos foi prometido?"
"É vital notar que muito da satisfação depende de expectativas pessoais. Estamos falando de duas filosofias: a primeira é a da classe trabalhadora, que vê o emprego como algo primariamente financeiro. Você trabalha para se alimentar e sustentar seus entes queridos. Você não vive para o trabalho, sobrevive à espera do tempo livre e seus colegas não são necessariamente seus amigos. A outra visão é a da classe média, que vê o trabalho como algo essencial para uma vida realizada. Na recessão, a visão da classe trabalhadora ganha nova força. Mais gente vai dizer: não é perfeito, mas é um emprego".
"Mas o que mais jogamos fora é o talento humano. Não sabemos tirá-lo da mina. Muitos de nós caem de paraquedas em empregos que não necessariamente requerem nossa preciosa habilidade. É importante debater, por exemplo, como mudanças no sistema educacional podem ajudar a combater isso".
"Umas das grandes satisfações do trabalho é a sensação de que estamos fazendo a diferença. A industrialização tornou essa sensação menos acessível para alguns. Fabricar biscoitos, por exemplo, passei um bom tempo na maior fábrica britânica, que emprega 15 mil pessoas em 12 unidades. Antigamente, o confeiteiro fazia tudo na cozinha e possivelmente conhecia todos os clientes. Muito diferente de agora. Alguém que trabalha na contabilidade, por exemplo, está bem longe de experimentar o sentido de sua atividade".
Enfim, você é feliz no trabalho?
A gente tem que ser feliz no trabalho?
Você trabalha com pessoas felizes?
Você vive para o trabalho ou trabalha para viver?
Infelizmente o jornal O Globo não disponibilizou essa entrevista na rede.
Por fim, se está interessado no tema, sugiro acessar http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI81676-15259,00-DA+PARA+SER+FELIZ+NO+TRABALHO.html
uma matéria interessante publicada na Época Negócios de 10/07/2009, chamada "Dá para ser feliz no trabalho?"
fonte: A quinta onda, 11 Dec 2009 05:59 PM PST
Biólogos afirmam que ser humano tem compulsão por ajudar
A resposta obtida por alguns biólogos, bastante surpreendente, é que os bebês são naturalmente sociáveis e bons para com os outros. Obviamente, todo animal precisa ser de certa forma egoísta para sobreviver. No entanto, os biólogos também enxergam, nos humanos, uma disposição natural para ajudar.
Quando bebês com 18 meses de idade veem um adulto sem parentesco, cujas mãos estão ocupadas e que precisa de ajuda para abrir uma porta ou apanhar algo do chão, eles imediatamente ajudarão, escreve Michael Tomasello em "Why We Cooperate" (Por Que Cooperamos, em tradução livre), livro publicado em outubro. Tomasello, psicólogo de desenvolvimento, é codiretor do Instituto Max Planckde Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha.
O comportamento de ajuda parece inato por aparecer tão cedo e antes de qualquer pai ensinar à criança as normas do comportamento educado.
"É razoavelmente seguro supor que eles não foram explicita e diretamente ensinados a fazer isso", disse Elizabeth Spelke, psicóloga de desenvolvimento de Harvard. "Por outro lado, eles tiveram muitas oportunidades de experimentar atos de ajuda por outras pessoas. Acho que o júri está focado na questão de isso ser inato".
Tomasello, entretanto, não acha que a ajuda é motivada por recompensas, sugerindo que não é algo influenciado pela educação. O fato parece ocorrer em diversas culturas, com diferentes agendas para o ensino de regras sociais. E o comportamento de ajuda pode ser visto até mesmo em filhotinhos de chimpanzés, sob as condições experimentais corretas. Por todas essas razões, Tomasello conclui que ajudar é uma propensão natural, e não algo imposto pelos pais ou pela cultura.
Bebês também ajudarão com informações, além das maneiras práticas. Desde os 12 anos de idade, eles apontarão a objetos que um adulto pensa ter perdido. Chimpanzés, ao contrário, nunca apontam coisas um para o outro - e quando apontam para pessoas, parece mais um comando para buscar algo do que um compartilhamento de informações.
Mais cooperativas fora de casa
Para pais que acham que seus filhos, de alguma forma, pularam a fase cooperativa, Tomasello oferece um conselho animador - de que as crianças muitas vezes são mais cooperativas fora de casa, explicando por que os pais podem ficar surpresos ao ouvir de um professor ou treinador como seus filhos são ótimos. "Nas famílias, o elemento competitivo está em ascendência", disse ele.
Conforme crescem, as crianças se tornam mais seletivas em suas ajudas. Por volta dos três anos, elas se associarão mais generosamente com uma criança que já tenha sido boa para elas. Outro comportamento que surge na mesma idade é um senso de normas sociais. "A maioria das normas sociais se refere a ser bom a outras pessoas", disse Tomasello em entrevista, "então as crianças aprendem essas normas porque querem fazer parte do grupo".
As crianças não apenas sentem que devem obedecer a essas regras, mas também que devem fazer os outros do grupo agirem da mesma forma. Até mesmo crianças de 3 anos estão dispostas a impor normas sociais. Se alguém lhes ensina um jogo, e um boneco se junta com suas próprias ideias sobre as regras, as crianças irão se opor, algumas delas de forma barulhenta.
Onde elas conseguem essa ideia de regras de grupo, o senso de "nós que o fazemos desta maneira?" Tomasello acredita que as crianças desenvolvem o que ele chama de "intencionalidade compartilhada", uma noção do que os outros esperam que aconteça e, disso, um senso do grupo "nós". Seria dessa intencionalidade compartilhada que as crianças obteriam seu senso de normas, e de esperar que os outros as obedeçam.
A intencionalidade compartilhada, na visão de Tomasello, é parecida à essência do que distingue as pessoas dos chimpanzés. Um grupo de bebês humanos usará todos os tipos de palavras e gestos para formar objetivos e coordenar atividades, mas os jovens chimpanzés parecem demonstrar pouco interesse no que pensam seus companheiros.
Se os bebês são naturalmente cooperativos e sociáveis, que sistema de educação parental melhor aproveita essa surpreendente propensão? Tomasello diz que a abordagem conhecida como paternidade indutiva funciona melhor, pois reforça a propensão natural da criança a cooperar com outros. A paternidade indutiva é simplesmente se comunicar com crianças a respeito do efeito de suas ações nos outros, e enfatizar a lógica da cooperação social.
Egoístas também
"As crianças são altruístas por natureza", escreve ele. Embora elas também sejam naturalmente egoístas, tudo que os pais precisam fazer é tentar inclinar o equilíbrio na direção do comportamento social.
A intencionalidade compartilhada repousa na base da sociedade humana, segundo Tomasello. Dela fluem ideias de normas, de punir aqueles que violam essas normas e de vergonha e culpa para a autopunição. A intencionalidade compartilhada se desenvolveu muito cedo na linhagem humana, ele acredita, e seu provável intento era a cooperação pelo acúmulo de alimento.
Antropólogos relatam que, quando os homens cooperam ao caçar, eles abatem presas muito maiores, algo q eu caçadores solitários não conseguem fazer. Chimpanzés se juntam para caçar macacos Colobus, mas Tomasello argumenta que isso é muito menos que um esforço cooperativo - já que os participantes agem de maneira pontual, e nem chegam a compartilhar suas presas.
Um interessante reflexo físico da intencionalidade compartilhada nos humanos é a esclera, ou o branco dos olhos. Todas as mais de 200 espécies de primatas possuem olhos escuros, e uma esclera quase invisível. Todas com a exceção dos humanos, cuja esclera é três vezes maior, uma característica que torna muito mais fácil seguir a direção do olhar de outros. Chimpanzés também seguem o olhar de uma pessoa, mas olhando para sua cabeça, mesmo que seus olhos estejam fechados. Bebês acompanham os olhos de uma pessoa, mesmo que essa mantenha sua cabeça imóvel.
Propagandear o que se está olhando pode ser um risco. Tomasello argumenta que o comportamento se desenvolveu "em grupos sociais cooperativos onde monitorar o foco um do outro visava o benefício comum ao completar tarefas conjuntas".
Isso poderia ter acontecido em algum ponto bem no início da evolução humana, quando as pessoas eram forçadas a cooperar na caça ou coleta de frutas para sobreviver. O caminho da cooperação obrigatória - aquele que não foi usado pelos outros primatas - levou a regras sociais e à sua imposição, ao altruísmo humano e à linguagem.
"Os humanos unindo suas cabeças em atividades cooperativas compartilhadas são, portanto, os criadores da cultura humana", escreve Tomasello.
Uma conclusão similar foi atingida independentemente por Hillard S. Kaplan, antropólogo da Universidade do Novo México. Os humanos modernos viveram pela maior parte de sua existência como caçadores coletores, então muito da natureza humana foi presumivelmente moldada para a sobrevivência nessas condições. Com o estudo de povos caçadores coletores existentes, Dr. Kaplan encontrou evidências de cooperação entrelaçadas em muitos níveis de atividades humanas.
Cooperação entre os sexos
A divisão de trabalho entre homem e mulher - os homens concentram 68% das calorias em sociedades de caça - exige cooperação entre os sexos. Os jovens dessas sociedades consomem mais do que produzem até os 20 anos de idade, o que por sua vez exige cooperação entre as gerações. Esse longo período de dependência era essencial para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao modo de vida caçador-coletor.
A estrutura das primeiras sociedades humanas, incluindo seus "altos níveis de cooperação entre familiares e não-familiares", era assim uma adaptação ao "nicho especializado de busca" por alimentos que eram difíceis demais para outros primatas capturarem, segundo Kaplan e colegas escreveram recentemente no The Philosophical Transactions of the Royal Society. Nós evoluímos para sermos bons uns aos outros, em outras palavras, porque não havia alternativa.
Em outro livro lançado em outubro, "The Age of Empathy" (A Era da Empatia, tradução livre), Frans de Waal chegou praticamente à mesma conclusão. De Waal, primatologista, estudou por muito tempo o lado cooperativo do comportamento primata, e acredita que a agressão, algo que também estudou, é muitas vezes superestimada como uma motivação humana.
"Somos pré-programados a estender a mão", escreve Dr. de Waal. "A empatia é uma resposta automática, sobre a qual temos controle limitado". As únicas pessoas emocionalmente imunes à situação do outro, segundo ele, são os psicopatas.Realmente, é em nossa natureza biológica, e não em nossas instituições políticas, que devemos colocar nossa confiança, segundo sua visão. Nossa empatia é inata e não pode ser alterada, tampouco suprimida por muito tempo. "Na verdade", escreve De Waal, "eu argumentaria que a biologia constitui nossa maior esperança. Podemos apenas tremer ao pensamento de que a humanidade em nossas sociedades dependeria dos caprichos da política, cultura ou religião".
A sociabilidade básica da natureza humana não significa, é claro, que as pessoas são boas umas às outras o tempo todo. A estrutura social exige que algumas coisas sejam feitas para mantê-la, algumas das quais envolvendo atitudes negativas em relação a outras pessoas. O instinto de impor normas é poderoso, assim como o instinto pela justiça. Experimentos demonstraram que as pessoas rejeitam distribuições injustas de dinheiro, mesmo se isso significar que elas não receberão nada.
"Os humanos claramente desenvolveram a habilidade de identificar injustiças, controlar desejos imediatos, prever as virtudes de se obedecer a normas e obter as recompensas pessoais e emocionais que acompanham a visão de outro sendo punido", escrevem três biólogos de Harvard, Marc Hauser, Katherine McAuliffe e Peter R. Blake, revisando seus experimentos com saguis e bebês.
Se as pessoas fazem coisas más aos outros de seu próprio grupo, elas podem se comportar de maneira ainda pior em relação a quem está fora. A capacidade humana para cooperação "parece ter se desenvolvido principalmente para interações dentro do grupo local", escreve Tomasello.
A sociabilidade, a união de membros de um grupo, é o primeiro requisito da defesa, já que sem ela as pessoas não colocarão os interesses do grupo à frente de seus próprios, ou estarão dispostas a sacrificar suas vidas em batalha. Lawrence H. Keeley, antropólogo que investigou a agressão entre povos antigos, escreve em seu livro "War Before Civilization" (A Guerra Antes da Civilização, tradução livre) que, "No final das contas, a guerra não é uma negação da capacidade humana para cooperar, mas simplesmente a expressão mais destrutiva dessa capacidade".
As raízes da cooperação humana podem estar na agressão humana. Somos egoístas por natureza, mesmo que também sigamos regras exigindo que sejamos bons para com os outros. "É por isso que sofremos com dilemas morais", concluiu Tomasello. "Porque somos egoístas e altruístas ao mesmo tempo".
fonte: The New York Times, por Nicholas Wade
13o. Salário - quem recebe?
Todo mundo deve receber o 13º salário? Qual o prazo para o pagamento?
O benefício é direito de todo trabalhador, do serviço público e da iniciativa privada, urbano, rural, avulso e doméstico, garantido pela Constituição de 1988 (art. 7º, VIII).
O prazo estabelecido por lei para que os empregadores efetuem o pagamento do valor correspondente ao pagamento da primeira parcela do Décimo Terceiro Salário é até dia 30 de novembro. A segunda metade deve ser paga até 20 de dezembro e será correspondente à remuneração devida nesse mês, descontado o valor correspondente à primeira parcela paga.
O Décimo Terceiro Salário consiste no pagamento de 1/12 avos da remuneração devida no mês de dezembro, por mês de serviço prestado ou fração igual ou superior a 15 dias. Quando no salário do empregado houver valor variável, deverá ser calculada a sua média. O empregador não está obrigado a pagar a primeira parcela no mesmo mês a todos os empregados, desde que o faça até novembro.
Nos contratos de prazo determinado, incluídos os contratos de safra - que depende das variações estacionais, e compreende o período entre o preparo do solo e a colheita da safra - o Décimo Terceiro é pago proporcionalmente, mesmo quando a relação empregatícia tenha terminado antes do mês de dezembro. Assim também funciona em caso de aposentadoria do trabalhador ou demissão sem justa causa (com gratificação calculada sobre a remuneração do mês da rescisão).
O trabalhador pode solicitar, por escrito, no mês de janeiro de cada ano, que a primeira parcela seja recebida por ocasião do gôzo das férias. Quando o trabalhador não solicitar, caberá ao empregador decidir sobre o adiantamento, contanto que não passe do mês de novembro.
As horas extras integram o 13º salário, conforme determina a Súmula nº 45 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O adicional noturno também integra o 13º salário por força do item I da Súmula nº 60 do TST.
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade integram o pagamento do 13º salário, e como são percentuais aplicados sobre valores determinados (salário-mínimo ou salário-base, conforme o caso), não se faz média.
O valor da primeira parcela corresponde a 50% do salário para quem for admitido até 17 de janeiro, uma vez que a fração superior a 15 dias é havida como mês integral. Para os admitidos no decorrer do ano é um doze avos da remuneração, por mês de serviço prestado.
Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer título, a gratificação natalina será calculada com base na soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o adiantamento. E os empregados que receberem parte fixa, esta será somada à parte variável do salário.
O empregado afastado para o serviço militar obrigatório faz jus ao 13º salário, correspondente ao período anterior e posterior (se houver) ao afastamento, ou seja, o período de ausência não é computado para fins do 13º salário.
É paga a parcela do 13º salário correspondente ao período da licença materindade, e poderá ser deduzido quando do pagamento das contribuições sociais previdenciárias devidas, exceto das destinadas a outras entidades e fundos.
Sobre a primeira a parcela não há incidência do INSS nem do IRPF. O FGTS incidirá sobre o valor pago, efetivamente, pelo regime de competência. Significa dizer que se o pagamento da primeira parcela ocorrer em novembro o FGTS deverá ser recolhido até o prazo legal estabelecido junto com a folha de pagamento. Se a primeira parcela for paga por ocasião das férias do trabalhador o FGTS deve ser recolhido no mês subseqüente.
CONFECOM APROVA PROPOSTA DE DIPLOMA PARA JORNALISTAS
Confecom aprova proposta de diploma para o exercício do jornalismo
Izabela Vasconcelos, de Brasília
Os delegados da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), formada pela sociedade civil, empresarial e pelo poder público, aprovaram, em plenária final, a exigência de graduação específica e regulamentação da profissão de jornalista. A proposta, que seguirá para o Congresso, foi apresentada nesta quarta-feira (16/12).
O resultado foi comemorado pela maioria dos delegados, que aclamaram a decisão e repetiam frases a favor do diploma, obrigatoriedade derrubada em junho deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além dessa proposta, em uma outra sugestão, a Confecom exige a regulamentação de outras profissões, como a de radialista e outros profissionais de mídia.
Os delegados também aprovaram a criação do Conselho Nacional de Comunicação, com representantes dos setores civil, empresarial e público. Entre outras ideias, a Conferência destacou pontos como mais rigor nas concessões, estímulo às mídias livres, inclusão digital, rádios comunitárias, melhor distribuição das verbas publicitárias públicas, entre outros.
Ate amanhã, todas as propostas aprovadas estarão definidas para avaliação do Congresso Nacional, outras seguem diretamente para o Executivo.
Atualizada às 21h04.
fonte: www.comunique-se.com.br
Droga Raia faz campanha para doação de livros
Redação Portal IMPRENSA
A rede de drogarias Droga Raia dá início à sua nova campanha de fim de ano. Com o tema "Passe adiante uma história. Doe um livro", a empresa tem por objetivo arrecadar livros que estejam em bom estado de conservação para a criação e manutenção de bibliotecas próximas às suas filiais. Esse é o segundo ano em que a empresa incentiva a doação.
Para colaborar, é bem simples: basta o cliente passar em uma loja e deixar sua contribuição no local destinado à campanha: a caixa "A leitora". É uma simpática personagem criada pela equipe de marketing da Droga Raia, apaixonada por livros e que vai cuidar das doações até a hora de ser distribuídas.
Assim como no ano passado, quem escolhe as instituições que receberão os livros ao final da campanha são as próprias equipes das lojas. Elas são responsáveis por observar e escolher instituições, no seu entorno, em que a criação ou manutenção de uma biblioteca faria grande diferença. São os funcionários da Raia que apresentam a ação para os clientes e os incentivam a fazer doações, além de contribuir com seus próprios livros e mobilizar familiares e amigos. O sucesso da campanha, portanto, está nas mãos deles.
"Nossa grande vocação é cuidar, não apenas dos nossos clientes, mas da comunidade em que atuamos", afirma Cristiana Pipponzi, diretora de marketing da rede. Para ela, o tema deste ano, "Passe adiante uma história", ressalta a importância do ato de compartilhar, sejam experiências, histórias ou boas ações.
"Esta é uma iniciativa que faz bem para todo mundo: para quem doa, pois ajuda a disseminar conhecimento; para quem recebe, pois recebe cultura e diversão de presente; e para os funcionários, que percebem a importância do seu papel no processo de mobilizar e envolver pessoas", diz Cristiana.
Em 2008, a rede alcançou a marca de mais de 50 mil unidades. No total, 179 instituições, como organizações não-governamentais, bibliotecas municipais, escolas públicas e particulares, foram beneficiadas. "Ficamos muito orgulhosos com o resultado alcançado, fruto do envolvimento de nosso público interno e dos clientes. O objetivo deste ano é superar os números de 2008", conclui.
As doações podem ser feitas até o fim de dezembro. Já a distribuição dos livros será realizada até fevereiro de 2010. São mais de 260 filiais participantes, espalhadas pelos cinco Estados onde a rede atua: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Para saber o endereço da filial mais próxima de sua residência ou para mais informações, o cliente deve ligar para o Raia Atendimento a Clientes (0800 979 7242).
* O Caderno de Mídia impressso está disponível em versão eletrônica, na íntegra, a todos os internautas do Portal IMPRENSA. Para acessar a versão do mês, clique www.portalimprensa.com.br.
II Seminário Global Diversidade Lingúistica, Globalização e Desenvolvimento
Pedido de socorro pela preservação das línguas indígenas
Evento em SP discute a provável morte de metade dos idiomas do Brasil
Língua e Literatura
O Globo - 16/12/2009 - Márcia Abos
No mundo, especialistas estimam que existam hoje mais de 6.500 línguas. No entanto, um número significativo delas está em vias de desaparecer. Preservar a pluralidade linguística é também salvar uma cultura, um conjunto de conhecimento acumulado ao longo de décadas ou séculos e a identidade de um povo, asseguram especialistas em linguística que se reuniram entre domingo e segunda-feira no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, para participar do II Seminário Global sobre Diversidade Linguística, Globalização e Desenvolvimento, uma iniciativa da Unesco, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e a Casa das Línguas (Linguamón) da Catalunha.
“A taxa de mortalidade das línguas está aumentando, e prevê-se que no século XXI metade das línguas faladas no mundo desapareça. Nossa identidade está no idioma que falamos. A morte de uma língua é, portanto, a morte de parte do legado cultural da Humanidade”, afirma o linguista brasileiro Ataliba Teixeira de Castilho.
Rally Rota Sol 2010
Cidade: Mossoró / RN
Telefone: 85-9989-3107
Organizador: Rally Rota Sol
Site do Evento: www.acpn.com.br
Categorias e Valores
O Valor da inscrição é de R$ 600,00 e os 30 primeiros inscritos ganharão a hospedagem em hotel em Natal (Rede Intercity), em apartamento duplo, piloto e navegador. Competidor de Natal ganhará a hospedagem em Fortaleza (1 diária), também na Rede Intercity.
Premiação
Para os primeiros colocados na categoria Graduados, a organização premiará com duas passagens internacionais, sem destino informado.
Percurso
A prova terá duas etapas em cada dia e passará pela capital potiguar Natal e pelas cidades cearenses de Mossoró com a chegada em Fortaleza.
Inscrições
As inscrições podem ser feitas pelo portal Webventure até o dia 10 de janeiros de 2010, via boleto bancário.
Regulamento
Dúvidas sobre Inscrições On line?
fonte: Webventure
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
UMA ESCOLHA PARA A HISTÓRIA
No dia 7 de dezembro de 2009, 56 jornais de 44 países deram um passo inédito de falar com uma só voz, por meio do mesmo editorial. Tomaram essa atitude porque a humanidade enfrenta uma séria emergência.
A data marca o início da COP-15, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, em Copenhague, Dinamarca. A seguir, o texto do editorial conjunto:
"Se não nos unirmos para tomar uma ação decisiva, as mudanças climáticas devastarão nosso planeta, acabando também com nossa prosperidade e nossa segurança. Os perigos têm se tornado evidentes há uma geração. Agora, os fatos começaram a falar por si: 11 dos últimos 14 anos foram os mais quentes já registrados, o gelo do Ártico está derretendo e a alta nos preços do petróleo e dos alimentos no ano passado é um exemplo do caos que pode estar por vir. Nas publicações científicas, a questão não é mais se os seres humanos devem levar a culpa pelo que está acontecendo, mas quão curto é o tempo que temos para reduzir os danos. Até aqui, a resposta mundial tem sido fraca e sem entusiasmo.
As mudanças climáticas foram causadas ao longo de séculos e têm consequências que durarão para sempre. As nossas chances de frear o problema serão determinadas nos próximos 14 dias. Apelamos aos representantes dos 192 países reunidos em Copenhague a não hesitar, não entrar em disputas, não culpar uns aos outros, mas aproveitar a oportunidade advinda deste que é o maior fracasso político moderno. Esta não deve ser um a luta entre ricos e pobres ou entre Ocidente e Oriente. As mudanças climáticas afetam a todos e devem ser resolvidas por todos.
A ciência envolvida é complexa, mas os fatos são claros. O mundo precisa agir para limitar a 2ºC o aumento da temperatura global, um objetivo que exigirá que as emissões mundiais de gases-estufa alcancem um teto e comecem a cair nos próximos cinco a 10 anos. Um aquecimento maior, de 3ºC a 4ºC - o menor aumento que podemos esperar se continuarmos sem fazer nada -, poderá levar seca aos continentes, transformando áreas agrícolas em desertos. Metade das espécies poderá ser extinta, milhões de pessoas poderão ser desalojadas, nações inteiras inundadas pelo mar.
Poucos acreditam que Copenhague ainda possa produzir um tratado definitivo; progresso real nessa direção só pôde surgir com a chegada do presidente Barack Obama à Casa Branca e com a reversão de anos de obstrucionismo americano. Mesmo agora, o mundo se encontra dependente da política interna americana, pois o presidente não pode se comprometer completamente com as ações até que o Congresso americano o faça.
Mas os políticos em Copenhague podem e devem definir os pontos essenciais de um acordo justo e efetivo e, especialmente, estabelecer um cronograma para transformá-lo em um tratado. O encontro sobre o clima das Nações Unidas em junho próximo, em Bonn (Alemanha), deveria ser o prazo final. Como um negociador colocou: 'Nós podemos ir para a prorrogação, mas não podemos bancar uma nova partida'.
No coração do acordo, deve estar um acerto entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, determinando como o fardo do combate às mudanças climáticas será dividido - e como partilharemos um novo e precioso recurso: os trilhões de toneladas de carbono que poderemos emitir antes que o mercúrio do termômetro atinja níveis perigosos.
As nações ricas gostam de citar a verdade matemática de que não pode haver solução até que gigantes em desenvolvimento como a China tomem atitudes mais radicais do que as adotadas até agora. Mas o mundo desenvolvido é responsável pela maior parte do carbono acumulado na atmosfera - três quartos de todo o dióxido de carbono (CO2) emitido desde 1850. Por isso, precisa tomar a liderança: todos os países desenvolvidos devem se comprometer a fazer cortes profundos, reduzindo suas emissões dentro de uma década a níveis muito mais baixos do que os de 1990.
Os países em desenvolvimento podem argumentar que não causaram a maior parte do problema e também que as regiões mais pobres do mundo serão atingidas com mais força. Mas passarão a contribuir cada vez mais para o aquecimento global, e, deste modo, devem se comprometer a agir de forma significativa e quantificável por conta própria. Apesar de ficar aquém do que muitos esperavam, o recente comprometimento dos maiores poluidores do mundo, Estados Unidos e China, com metas para redução de emissões foi um importante passo na direção certa.
A justiça social exige que o mundo industrializado coloque a mão no fundo do bolso e reserve dinheiro para ajudar os países mais pobres a se adaptar às mudanças climáticas, assim como a investir em tecnologias limpas que permitam seu crescimento sem aumentar as emissões. Um futuro tratado também deve ser muito bem esboçado - com rigoroso monitoramento multilateral, compensações justas para a proteção de florestas e avaliações confiáveis de 'emissões exportadas', para que o custo possa, com o tempo, ser dividido de forma mais equilibrada entre os que elaboram produtos poluentes e aqueles que os consomem. E a justiça requer que o peso com o qual cada país desenvolvido deve arcar individualmente leve em conta sua capacidade de suportá-lo; novos membros da União Europeia, por exemplo, normalmente muito mais pobres do que os antigos, não devem sofrer mais do que seus parceiros ricos.
A transformação custará caro, mas muito menos do que a conta paga para salvar o sistema financeiro mundial - e imensamente menos do que as consequências de não se fazer nada.
Muitos de nós, particularmente no mundo desenvolvido, terão de mudar seus estilos de vida. A era de voos que custam menos do que a corrida de táxi até o aeroporto está chegando ao fim. Teremos que comprar, comer e viajar de forma mais inteligente. Teremos de pagar mais pela nossa energia e usá-la menos.
Mas a mudança para uma sociedade de baixo carbono traz a perspectiva de mais oportunidades do que sacrifícios. Alguns países já descobriram que adotar a transformação pode trazer crescimento, empregos e uma melhor qualidade de vida. O fluxo de capital conta a sua própria história: no ano passado, pela primeira vez, o investimento em fontes renováveis de energia foi maior do que na produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis.
Abandonar nossa dependência do carbono dentro de poucas décadas requererá uma façanha de engenharia e inovação sem precedentes na história. Porém, enquanto a ida do homem à Lua e a fissão do átomo nasceram do conflito e da competição, a corrida do carbono que vem por aí deve ser liderada por um esforço conjunto para atingir a salvação coletiva.
A vitória sobre as mudanças climáticas exigirá o triunfo do otimismo sobre o pessimismo, da visão sobre a miopia, o êxito do que Abraham Lincoln chamou de 'os melhores anjos da nossa natureza'.
É nesse espírito que 56 jornais de todo o mundo se uniram por meio deste editorial. Se nós, com tantas diferenças de perspectiva nacional e política, podemos concordar sobre o que deve ser feito, então certamente nossos líderes também poderão.
Os políticos em Copenhague têm o poder de moldar o julgamento da História sobre esta geração: uma geração que viu um desafio e o encarou, ou uma geração tão estúpida, que viu o desastre chegando mas não fez nada para evitá-lo. Imploramos que façam a escolha certa."
No Brasil, os jornais Zero Hora e Diário Catarinense aderiram ao protesto; somente mais um jornal da América do Sul, o Diario Clarín, da Argentina, aderiu também.
Veja abaixo a lista dos veículos:
Ásia e Oriente:da China, Economic Observer e Southern Metropolitan; de Taiwan, CommonWealth Magazine; da Coréia do Sul, Joongang Ilbo; do Vietnã, Tuoitre; de Brunei, Brunei Times,; da Indonésia, Jakarta Globe; do Cambija, Cambodia Daily; da Índia, The Hindu; de Bagladesh,The Daily Star; do Paquistão, The News e Daily Times; de Dubai, Gulf News; do Líbano, An Nahar; do Qatar, Gulf Times; e de Israel, Maariv.
Europa: da Alemanha, Süddeutsche Zeitung; da Polônia, Gazeta Wyborcza; da Áustria, Der Standard; da Eslovênia, Delo e Vecer; da Dinamarca, Dagbladet Information e Politiken; da Noruega, Dagbladet; do Reino Unidos, The Guardian; da França, Le Monde e Libération; da Itália, La Repubblica; da Espanha, El Pais; da Holanda, De Volkskrant; da Grécia, Kathimerini; de Portugal, Publico; da Turquia, Hurriyet, da Rússia, Novaya Gazeta; da Irlanda, Irish Times; da Suíça, Le Temps.
África: do Quênia, The Star; de Uganda, Daily Monitor e The New Vision; do Zimbábue, Zimbabwe Independent; de Ruanda, The New Times; da Tanzânia, The Citizen; do Egito, Al Shorouk; de Botsuana, Botswana Guardian; da África do Sul, Mail & Guardian, Business Day e Cape Argus.
América do Norte e Central: do Canadá, Toronto Star, dos Estados Unidos, Miami Herald e El Nuevo Herald; da Jamaica, Jamaica Observer; da Nicarágua, La Brujula Semanal; do México, El Universal.
Honduras lidera índice de risco climático
Honduras lidera índice de risco climático
Nos últimos 28 anos, Honduras sofreu, mais do que quase todos os demais países do mundo, os efeitos de eventos climáticos extremos, diz um estudo sobre as perdas causadas por fenômenos meteorológicos, divulgado durante a cúpula mundial do clima. Em todo o mundo, tempestades, inundações e ondas de calor causaram perdas que chegam a US$ 1,7 bilhão, além de 600 mil mortes, segundo o Índice de Risco Global do Clima 2010. Simultaneamente, a Organização Meteorológica Mundial anunciou, em Copenhague, ser muito provável que a década 2000-2009 tenha sido a mais quente desde que teve início o registro de temperaturas, em 1850.Este ano, ocorreram ondas de calor extremo na Índia, norte da China e Austrália, e também foram mais frequentes as temperaturas muito elevadas no sul da América do Sul, mostra o Índice. “Nossas análises demonstram que, em particular, os países pobres são severamente afetados” por eventos meteorológicos extremos, afirmou Sven Harmeling, da Germanwatch, uma organização não governamental alemã que promove a igualdade e a preservação dos meios de vida desde 1991. Honduras, Bangladesh e Birmânia são os três países que sofreram a maior combinação de mortes e perdas econômicas entre 1990 e 2008, segundo o Índice. No futuro, isto vai piorar, na medida em que a mudança climática intensificar as tempestades, inundações, secas e ondas de calor, disse Harmeling, autor do Índice, em um comunicado.
Durante milênios, as concentrações de carbono na atmosfera foram, em média, de 260 partes por milhão (ppm), mas nos últimos cem anos aumentaram para 387 ppm, o que faz com que mais calor solar seja capturado, intensificando o efeito estufa natural. Essa energia extra aumenta as temperaturas mundiais e produz mais eventos climáticos extremos, dizem os cientistas. Nesse contexto, é crucial que a 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-15), que está acontecendo de 7 a 18 deste mês em Copenhague, proporcione um financiamento de longo prazo para ajudar países vulneráveis como Honduras a adaptarem-se, disse ao Terramérica Christoph Bals, diretor político da Germanwatch. “É importante que os negociadores compreendam que as cem nações mais pobres são responsáveis por menos de 5% das emissões, mas são as mais afetadas”, destacou.
O Índice reflete o impacto distinto que sofrem os países de uma mesma região. Isso pode ser útil para que os governos vejam o quê e como fazem seus vizinhos, e compartilhem informação sobre os registros que organizam. A centro-americana Honduras pode tomar como exemplo a ilha caribenha de Cuba, porque esta lida muito bem com a prevenção de eventos climáticos extremos, disse Bals. Uma das surpresas que aparecem no informe é o péssimo desempenho dos Estados Unidos, principalmente em termos de mortes por fenômenos como furacões. “Nos Estados Unidos, os afetados são quase totalmente os mais pobres”, ressaltou. O Índice revela também um padrão: os países industrializados que apresentam grande desigualdade entre ricos e pobres são mais vulneráveis do que aqueles onde essas brechas são menores, destacou Bals.
“Em geral, são os pobres os que mais sofrem em quase todas as nações”, acrescentou Bals. O Índice utiliza dados fornecidos pela base NatCatSERVICE da Munich Re, uma das maiores empresas mundiais de seguros. Trata-se de uma medição dos efeitos diretos de desastres extremos, em termos dos impactos sobre a infraestrutura e quantidade de mortes. Uma das principais desvantagens do Índice é que não registra impactos menores no longo prazo, como períodos secos prolongados, desertificação ou perda de acesso a água pelo derretimento de geleiras, o que reduz de maneira significativa a produção alimentar e aumenta as doenças. Portanto, nenhum país africano figura entre os dez mais vulneráveis desta lista.
O Índice não pinta um panorama preciso da vulnerabilidade africana à mudança climática, disse Saleemul Huq, especialista em adaptação do Instituto para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, com sede em Londres, e um dos principais autores dos informes do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC) em matéria de adaptação. “Não posso avaliar os impactos sobre a economia ou sobre os meios de sustento, pois simplesmente não há dados para fazer isso”, afirmou Huq ao Terramérica.
Segundo Gordon McBean, do Instituto para a Redução de Perdas Catastróficas da Universidade de Ontário Ocidental, do Canadá, “o Índice está fundamentado em dados do passado e, portanto, não é uma projeção linear dos futuros impactos climáticos. Precisa ficar claro que este é um índice de riscos de eventos extremos relacionados com a mudança climática, não um índice exaustivo de riscos da mudança climática”, disse McBean ao Terramérica, em entrevista concedida por correio eletrônico.
As avaliações da vulnerabilidade à mudança climática adquirem renovada importância agora, quando parece seguro que haverá um fundo de pelo menos US$ 10 bilhões anuais para ajudar os países a amortizarem os impactos do aquecimento global. É possível que esse fundo chegue a US$ 500 bilhões ao ano. Bangladesh já disse que quer 15% desses US$ 10 bilhões. Porém, decidir como dividir esse dinheiro não é uma questão de ciências exatas, mas de decisão política, que cabe ao Grupo dos 77 (integrado por 130 nações em desenvolvimento), disse Huq.
Fonte: Carbono Brasil.
Análise de projeto de lei para novas construções sustentáveis em SP
Deputados paulistas analisam proposta que obriga novas construções a serem sustentáveis no estado
Se o projeto de lei estadual 799/09 for aprovado, as novas construções no estado de São Paulo apenas terão alvará se garantirem o reúso de água, a captação de energia solar para o aquecimento e a coleta seletiva de resíduos sólidos, entre outras regras de sustentabilidade, durante a obra e a vida útil do imóvel.
"Atualmente, os condomínios são pontos de impermeabilização do solo com alto consumo de energia elétrica e de recursos hídricos, grande concentração de habitantes e geram muitos resíduos sólidos", disse o deputado estadual Pedro Bigardi (PC do B), autor do projeto.A Comissão de Constuição e Justiça da Assembleia Legislativa de São Paulo e Comitê de Meio Ambiente da casa já deram sinal verde para a proposta. Em seguida, o projeto será discutido pelos membros do Comitê de Finanças e Orçamento, ainda sem data marcada.
A assessoria de imprensa de Bigardi informou que o deputado está se reunindo com representantes do setor da construção, para discutir o projeto de lei e espera que ele possa ser votado no plenário do parlamento estadual em cerca de dois meses.
O projeto de lei prevê que a fiscalização da obra e a liberação do alvará para a construção sejam realizadas pelas prefeituras, que deverão informar as construtoras caso constatem alguma irregularidade, que terão um prazo para corrigi-la.
"O novo proprietário poderá, além de contribuir com o meio ambiente, economizar nas contas mensais. Assim, terá o imóvel valorizado na venda”, conclui o deputado.
Entre os itens que serão exigidas estão medidores individualizado de consumo de água e gás natural; bacias sanitárias com volume de descarga reduzida, torneiras e válvulas de fechamento automático em lavatórios; sistemas para a captação, retenção, armazenamento e utilização de águas pluviais, coletadas por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos; sistema de tratamento de efluentes capaz de reutilizar a água para finalidades não-potáveis, além de prever um sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos e de óleo comestível.
fonte: Revista Sustentabilidade, por Fernanda Dalla Costa — Publicado em 15/12/2009 14:52
Estágios para jovens em conflito com a lei nos tribunais do país
Adolescentes trabalharão nos tribunais do país
Jovens com idade entre 16 e 21 anos, em situação de conflito com a lei, terão a oportunidade de estagiar em Tribunais de todo o Brasil, de acordo com uma recomendação feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no último dia 13, aos Tribunais brasileiros. A proposta é que eles contratem estes jovens para estágios ou ainda que os encaminhem para atividades de prestação de serviços à comunidade.
A iniciativa está baseada em um acordo que foi firmado entre o CNJ, Tribunais com sede em Brasília, Capital Federal, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal. A ideia é que os estados abracem a causa e acompanhem o exemplo de Brasília.