quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CONVITE PARA LIVRO CONFLITOS NA ESCOLA: MODOS DE TRANSFORMAR

Dia: 27/11/09 - sexta-feira
Local: Museu da República - Rua do Catete, 153 , Catete, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, tel. 55 21 3235 2650.
Horário: 16:00

Tema: Educação
Autor: Claudia Ceccon, Madza Ednir e outros
Editora: Imprensa Oficial
Publicado em: 2009
Tipo de Mídia: Cenpec Indica
Data de Criação: 02/10/2009

A questão da violência na escola vem cada vez mais atraindo a atenção de educadores, gestores e pesquisadores. O livro "Conflitos na Escola - Modos de Transformar", foi lançado recentemente no bojo desse debate e é fruto de parceria entre pesquisadores do Centro de Criação e Imagem Popular (CECIP-Brasil) - Claudius Ceccon, Claudia Ceccon e Madza Ednir - e do Centro Internacional pelo Aperfeiçoamento de Escolas (APS International-Holanda) - Boudewijn van Velzen, Dolf Hautvast e Frank van Hout.

Em entrevista ao Cenpec, as autoras Claudia Ceccon, doutoranda em Liderança Educacional pela Universidade de West Michigan, e Madza Ednir, mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), falam sobre as principais idéias contidas no livro e os caminhos para lidar com o problema da violência escolar.

Qual a proposta do livro?

Madza: Esse livro quer ser mais um instrumento à disposição de educadores e jovens interessados na transformação de sua escola em um espaço onde se possa conviver com alegria e aprender em segurança.

O livro faz uma distinção entre conflito e violência. Você poderia falar um pouco sobre essa diferenciação? Um conflito não pode desencadear uma situação de violência?

Claudia: Conflitos são inerentes à vida. Sem eles, não há aprendizagem nem mudança. O diálogo mestre - aprendiz envolve conflito entre novos conceitos e velhas formas de se compreender o mundo. No entanto, muitas vezes não conseguimos lidar bem com situações em que ideias, necessidades e aspirações diferentes se chocam. É quando paramos de escutar o outro e não o vemos mais como um semelhante, como alguém que pensa e age diferente de nós, mas cuja humanidade é a mesma que a nossa. O fim do diálogo é o início das manifestações de violência social, psicológica ou física. Esse livro é sobre como manter o diálogo na escola, sempre, e, quando ele se rompe, sobre como retomá-lo.

Pesquisa realizada por Miriam Abramovay na rede pública de ensino do DF e divulgada este ano revelou que as violências na escola, especialmente as verbais, são muito mais comuns do que se imagina; há todo tipo de preconceito na escola: contra negros, pobres, homossexuais etc. Entre as diversas deficiências presentes na formação dos professores está o despreparo em detectar e lidar com essas situações de violência não-física. O livro trata dessa questão, procura contribuir nesse sentido?

Madza: Essa é uma questão central do livro. Ele traz uma análise interessante sobre o tema, apresentando a "Escala de Allport". Gordon Allport é um psicólogo americano que, nos anos 1950, analisando o fenômeno do nazismo, postulou a existência de um contínuo que começa com a simples manifestação de antipatia e que, se não é interrompido, chega à discriminação e à xenofobia. Baseados em pesquisas como a de Abramovay, procuramos mostrar que o fundamento das violências na escola reside em sua dificuldade de construir vínculos positivos entre as pessoas que nela atuam e de oferecer atividades curriculares que façam sentido. O maior antídoto contra as violências é fazer com que as crianças, jovens e adultos sintam-se respeitados e queridos na escola: sintam-se parte de uma coletividade cujo objetivo comum é aprender e aperfeiçoar-se continuamente. O livro traz, em cada capítulo, uma "Caixa de Ferramentas", com descrição detalhada de estratégias e dinâmicas que favorecem a conexão entre todos os agentes da comunidade escolar. Uma delas é a realização da Conferência sobre Segurança e Cidadania na Escola, onde se elabora o Código de Conduta da Escola, com participação ativa de todos os alunos, docentes, funcionários e representantes das famílias e comunidade.

O livro também trata da relação escola-comunidade. De que modo a escola pode influir positivamente sobre a comunidade? É possível que uma boa escola se estabeleça em meio a uma comunidade marcada pela pobreza?

Claudia: Esse é um dos motes do livro: existem escolas seguras em comunidades violentas e escolas violentas em comunidades pacatas. Assim como o todo influencia a parte, a parte influencia o todo. Entre sistemas e entre os componentes de um sistema, o feedback é constante. O último capítulo é todo dedicado às parcerias e alianças que a escola precisa aprender a fazer com "o lado de fora". Não basta criar vínculos entre professores, estudantes, gestores, funcionários. É preciso uma "escola aprendente" conectada à "comunidade aprendente" à que serve, sentindo-se parte dela. E, da mesma forma, é essencial que as organizações e representantes da comunidade ou cidade educativa possam sentir-se corresponsáveis pelo sucesso da escola. Parcerias entre escolas e ONGs, universidades, alianças entre escolas e empresas, vem ajudando a construir comunidades aprendentes e seguras.

Serviço:
Conflitos na Escola - Modos de Transformar
Autores: Claudia Ceccon, Madza Ednir, Claudius Ceccon (ilustrações), Boudewijn van Velzen, Dolf Hautvast e Frank van Hout
Editora: Imprensa Oficial
208 págs.
Preço: R$ 25

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