quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Lançamento de livro "Mário Eugênio - o gogó das sete"

Há 25 anos Brasília perdia o Jornalista Mário Eugênio, assassinado com sete tiros na cabeça por um grupo de policiais e militares que ele investigava: o "Esquadrão da Morte".

Conheça a história no Livro Mário Eugênio - o gogó das sete
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Aluno publica obra sobre Mário Eugênio
(18/11/2009 - 15:08)

O aluno de jornalismo da Universidade Católica de Brasília, Heron Luiz dos Santos, lançou seu livro "Gogó das Sete", dia 11/11 na livraria da rodoviária e nesta quarta (18/11) no bloco central da UCB. O trabalho é seu projeto final de graduação e conta a história do famoso radialista Mário Eugênio, o "Marão", descrevendo detalhes de sua morte e expondo os meandros do processo que se arrastou durante vinte anos.

Mário Eugênio foi uma lenda do jornalismo policial de Brasília nos anos 80. Seu bordão era "Meu compromisso é dizer a verdade, somente a verdade, doa a quem doer" e seu programa na Rádio Planalto, o Gogó das sete, era líder de audiência na cidade. Sua ousadia passou a incomodar muita gente, as ameaças surgiram e ele acabou assassinado barbaramente por um grupo de policiais e militares da cidade, em 1984. Ninguém nunca foi punido pelo crime, que já prescreveu.

Heron era criança, mas acompanhava o programa Gogó das Sete junto com a mãe e a avó, e virou fã de Mário Eugênio. "Chorei muito quando ele morreu e passei a colecionar todas as reportagens que falavam dele", conta Heron. A extensa pesquisa gerou a vontade de se tornar repórter policial e chegou a publicação do livro, que concretiza um sonho antigo.

Assim como seu herói, Heron enfrenta desafios todos os dias por também ter escolhido ser um repórter policial. Apesar das suas condições físicas - portador de uma lesão neurológica que o impede de falar e ser entendido, bem como de caminhar com o corpo ereto e inteiramente equilibrado - supera as adversidades e vai à luta. "Minha intenção é homenagear Mário Eugênio e manter viva a memória desse grande profissional que marcou a história da imprensa na cidade", ressalta.

O livro "Gogó das Sete" está a venda em todas as lojas da GPN nos campi da UCB e, em breve, estará nas livrarias da cidade. Valor: R$25,00.


site UCB / Ascom

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Estudante de jornalismo lança obra sobre a trajetória do ex-repórter do Correio, morto há 25 anos, e sonha seguir a mesma carreira do seu ídolo

Adriana Bernardes

O olhar é de encantamento. A expressão, de um orgulho sem fim. Nas mãos do estudante de comunicação social Heron Luiz dos Santos, 34 anos, o fruto de um sonho imaginado e concretizado ao longo dos últimos 10 anos. A história do seu maior ídolo, o jornalista policial Mário Eugênio, assassinado há 25 anos, em 11 de novembro de 1984, foi reunida em 211 páginas.

Na tarde de ontem, Heron exibia a última versão do livro Mário Eugênio, o Gogó das sete. A obra ainda estava sendo impressa na gráfica da Funiversa, editora da Universidade Católica de Brasília. Hoje, será lançada em um dos redutos do povo simples de Brasília: a Rodoviária do Plano Piloto, a partir das 14h, perto da livraria evangélica. Será ali, porque o Marão - como também era conhecido o jornalista - estava onde o povo estava, explica Heron. Cada exemplar custa R$ 28.

O livro começou a ser escrito em 2005. Além de pesquisas nos arquivos do Correio e de outros meios de comunicação, Heron entrevistou profissionais de imprensa sobre a violência praticada contra a categoria. "Só não consegui contato com a família dele. Queria muito conversar com os parentes. Uma ex-noiva chegou a fazer contato por meio do meu blog, mas depois desapareceu", lamenta o jovem.

A admiração de Heron pelo jornalista Mário Eugênio começou ainda na infância e, com o passar dos anos, só fez aumentar. Cresceu tanto que definiu a escolha do curso superior e a carreira que ele pretende seguir. Este ano, forma-se em jornalismo e quer ser repórter policial, mesmo com todas as limitações que a vida lhe impôs desde o nascimento.

A mãe do universitário, Maria Conceição Luiz dos Santos, teve um parto complicado. O cordão umbilical enrolou no pescoço de Heron e os médicos fizeram um parto às pressas para salvar-lhe a vida. Na hora do nascimento, faltou oxigênio no cérebro, o que deixou Heron com sequelas para a vida toda. Ele fala com dificuldade e tem limitações para se locomover.

Os primeiros passos foram aos 7 anos. Na infância, por conta do hábito da mãe - de costurar ouvindo um radinho de pilha sintonizado no programa Gogó das sete, apresentado pelo jornalista - Heron conheceu Mário Eugênio. O estudante nunca esqueceu dos jargões ditos pelo jornalista e que marcaram época. Um deles foi mencionado em uma de suas poesias intitulada Mário Eugênio 1979. Um dos trechos é justamente a chamada do programa. ".Se você deve, tome cuidado bicho! Vai virar notícia. Mário Eugênio não tem medo de nada. Bota a boca no trombone na Ronda da Cidade...".

Apelo forte

"Ter nas mãos a última versão do livro é como segurar um filho", compara Heron, que não é um estreante. Ele já publicou um livro de poesias, mas uma obra sobre a vida do seu ídolo tem um apelo mais forte. A meta é fazer um lançamento em cada cidade do Distrito Federal. Enquanto não consegue emprego, ele escreve matérias para seu blog (heronnoticias.zip.net). "Quero ter minha casa, meu carrinho e meu espaço no jornalismo. É um sonho de todo brasileiro. Ter estabilidade na vida", revela.

Memória
Crime já prescreveu

Mário Eugênio era mineiro de Comercinho. Formou-se em comunicação social pela Universidade de Brasília (UnB). Era repórter policial, estava separado quando foi assassinado, aos 31 anos de idade, e não tinha filhos. Trabalhava no Correio Braziliense e comandava um programa na Rádio Planalto, o Gogó das sete, líder de audiência na cidade, então com 500 mil habitantes, em 1984. Tinha dois bordões que tornaram-se sua marca registrada: "Meninos, eu vi" ou "Aqui a notícia é do tamanho da verdade, doa a quem doer e não adianta ameaçar ".

Mário Eugênio passou a incomodar pela ousadia com que denunciava os crimes. Não importava se cometidos por criminosos comuns ou poderosos. Com seu jornalismo investigativo, denunciou que policiais do DF, sob o comando do então secretário de Segurança Lauro Rieth, atuavam como grupos de extermínio. Pagou com a própria vida pela denúncia. Foi assassinado com seis tiros na cabeça, em 11 de novembro de 1984, às 23h55, quando deixava a Rádio Planalto, no Setor de Rádio e Televisão Sul.

O crime completa 25 anos e até hoje não foi totalmente esclarecido. Nem será, pois já prescreveu. Se falta alguém ser condenado pela morte dele, não há mais como ser julgado. O agente policial Divino José de Matos, o Divino 45, o único condenado a 14 anos de prisão, disse, em 2004, ao Correio: "Eu não matei Mário Eugênio. Um dia a verdade vai aparecer".(AB)
outros:
http://www.jornalbrasil.com.br/noticia.php?id=4841
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=563FDS023

11 comentários:

  1. parabens pela ideia,Mario eugenio foi um grande contribuinte contra a corja que predominava no DF e bom o povo conhecer um pouco de sua estoria.

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  2. Bem,sou estudante de Piscologia da Universidade Catolica de Brasilia, estou me formando no final do ano de 2010, gostaria de sabe como faço para adquirir o livro? ja está disponivel nas livrarias? Você pode não acreditar, quando ele morreu tinha apenas 06 anos, me lembro pouco, so que outro dia tive um sonho a respeito do livro e dai investiguei e encontrei vc! por isso quero ter um exemplar.
    Um grande abraço Joana D'arc Moreira Graduanda em Psicologia ou darkinhamore@gmail.com para mais contatos. Tenha uma boa noite! Fique com Deus.

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  3. bom ,mas alguem tem o audio do ultimo programa dele ou outro programa do gogo das sete?

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  4. POIS EXISTE UMA PESSOA DE NOME FLAVIO QUE SABE DE TODA A HISTORIA EM DETALHES INCLUSIVE GUARDA DOCUMENTOS COM GRAVAÇÕES UM VERDADEIRO ARQUIVO VIVO

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  5. O HERON SABE QUE ESTE ARQUIVO VIVO CHAMADO FLÁVIO EXISTE POIS SEGUNDO OUVI FALAR ELE JÁ CONVERSOU COM O FLÁVIO A JORNALISTA AMIGA DO HERON TBM SABE QUE O TAL FLÁVIO EXISTE QUEM VIU SABE QUE O QUE ESTE CIDADÃO SABE PODERIA MUDAR O RUMO DA HISTORIA DESDE BRASIL

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  6. Lembro muito do programa de Mário Eugênio e cheguei a conhece-lo na Rádio Planalto. Na época eu tinha muito contato com o radialista Chico Legal e um dia nos encontramos e o Chico nos apresentou. Uma grande perda para o jornalismo de Brasília. Calaram a boca do Gogó das Sete mas sua luta jamais será esquecido.
    Parabéns!

    Alguém saberia informar a data de nascimento de Mário Eugênio?

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  7. A data de nascimento do Mário Eugênio é: 03/01/1953.
    Abraços,
    Maria Lopes

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  8. sofrie muito com a morte desse grande radialista,pois sabia que ele,era justo e verdadeiro.todos os dias ouvia oseu programa.hoje so tenho saudade....

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  9. Me pergunto se estão falando da mesma pessoa que conheci no bandejão da UnB, e que cobrava para não divulgar determinadas informações.
    Quem conheceu essa pessoa na vida real, acha muita graça do que se vê no tempo projetado.

    "Toda história que se conta tem mentira dentro
    Tem valente que não é valente
    Tem tristeza que não leva a gente
    Tem amor que acaba de repente
    Tem chão verde que não dá semente"

    -Sérgio Ricardo- A Noite Do Espantalho.

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  10. nossa eu quando criança adorava escutar na antiga radio planalto o gogo das 7 nossa quanta saudade eu era fázasso do mario,pra mim foi um dos melhores radialista que brasilia ja teve de todos os tempos

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